terça-feira, 15 de agosto de 2017

SANGUE É PODER

Coreia do Norte: assassinatos e traições na família Kim

Desde que chegou ao poder no final de 2011, Kim Jong-un teria mandado matar o tio, a tia e o irmão mais velho

Na Coreia do Norte, sangue é poder. A autoridade do atual ditador do país, Kim Jong-un, vem de três fatores: o primeiro é que ele pertence à família que governa o país há quase 70 anos. O segundo é que seu irmão mais velho caiu em desgraça depois de uma tentativa fracassada de visitar a Disney no Japão em 2001. O terceiro é que ele está disposto a eliminar da face da terra qualquer pessoa que considere um ameaça.
Como se trata do país mais fechado do mundo, as brigas e traições familiares ocorrem dentro de uma elite dinástica protegida do escrutínio público. Há histórias de amantes, tentativas de fuga, execuções e até parentes que “casualmente” desapareceram da história.
Depois da malsucedida viagem ao parque de diversões, o meio-irmão de Un, Kim Jong-nam, conseguiu fugir do país com o filho e acabou por se tornar uma voz dissidente do regime. As críticas vindas de alguém do mesmo sangue se tornaram intoleráveis e o final da história ocorreu em fevereiro, com o assassinato de Nam no aeroporto de Kuala Lumpur, na Malásia, na fila do check-in para um voo para Macau, um território chinês.
Em 2013, Kim-Jong-un ordenou o fuzilamento do tio, Jang Song-thaek, até então o segundo homem mais poderoso do país. Os laços de parentesco não só não o salvaram, como acabaram por condenar toda a sua família. Um dia depois do assassinato de Jang, policiais invadiram a casa de centenas de parentes dele e levaram todos embora. Até os que habitavam cidades distantes da capital, Pyongyang, foram sequestrados. Dois anos depois, um dissidente do regime afirmou que ele havia envenenado a tiaKim Kyong Hui.
O destino de todos foi o mesmo: os infames campos de trabalhos forçados do país. Mesmo parentes do pai de Jang foram incluídos entre os banidos. A punição a familiares de condenados é uma prática comum na Coreia do Norte e se estende até àqueles que ainda não nasceram. 
Também em 2013, jornais da Coreia do Sul acusaram Un de ter mandado matar a ex-namorada, a cantora pop Hyon Song-wol. Mas meses depois, o regime divulgou um vídeo em que afirmava que Hyon ainda estava viva. A última vez que ela apareceu em público foi em 2015, quando atuou em uma missão diplomática na China

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