quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

MACONHA LEGAL = MENOS NARCOTRÁFICO

Uruguai tem queda nos crimes do narcotráfico após lei da maconha

SYLVIA COLOMBO
ENVIADA ESPECIAL AO URUGUAI
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Quatro anos depois de aprovada, a Lei da Maconha já produz alguns resultados positivos. O governo comemora a redução em 18% de crimes relacionados ao narcotráfico e o fim das filas nas farmácias, que sofreram com a falta de abastecimento durante o início da implementação do sistema, em julho.
Hoje, segundo a legislação, estão vigentes três formas de acesso à erva: cultivo individual de até seis plantas, clubes de cultivo (que podem ter de 15 a 45 membros) e venda em farmácias.
Em todos os casos, os usuários devem ser registrados, ter mais de 18 anos e possuir nacionalidade uruguaia ou residência permanente no país. Cultivadores particulares e clubes de cultivo são visitados regularmente para conferir se estão sendo respeitados os limites de produção.
Agora, está em curso o cultivo para a produção de remédios para a indústria farmacêutica.
Um dos principais desafios deste verão, temporada em que as praias uruguaias recebem milhares de turistas, é esclarecer que não é permitida a venda a estrangeiros.
Há uma campanha com publicidade nas ruas e controle de alguns clubes de cultivo que começaram a oferecer tours como fazem as adegas, cobrando até US$ 250 (R$ 800) a visita, mais a degustação da droga. Dois dos que praticavam esse tipo de "passeio" foram fechados.
Folha percorreu algumas praias na região de Punta del Este. Apesar de ter testemunhado consumo ao ar livre (a posse para uso pessoal é permitida), não encontrou nenhum estrangeiro que tenha comprado legalmente.

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TURISMO
Há pressão para que o governo libere a venda para turistas. "Passamos a ideia de país vanguardista, e o estrangeiro chega aqui e não pode comprar? Está errado, pois de algum modo ele chegará ao produto, via mercado ilegal, que era justamente o que se queria combater", diz Eduardo Blasina, diretor do Museu da Cannabis de Montevidéu.
Outro problema que não teve solução formal, mas que tem sido driblado, é a resistência de alguns bancos estrangeiros a manter contas de farmácias ligadas ao negócio.
Alguns ameaçaram cancelá-las. O governo enviou uma comissão aos EUA para debater caso a caso. Por ora, não houve nenhum cancelamento, mas os bancos dizem estar em consulta. Enquanto isso, o governo uruguaio recomenda às farmácias transferirem suas contas ao Banco da República do Uruguai.
O movimento nas lojas agora flui normalmente. Na farmácia Antártida, uma das mais proeminentes quando a venda começou, em julho, já não há imensas filas.
"Tem sido rápido, agora o sistema trava menos", disse um usuário que comprava o produto na tarde de quinta (4). A compra leva minutos. O comprador coloca a digital em um scanner conectado à central de dados do governo, e o funcionário lhe entrega a quantia que lhe cabe.

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